SIM. EU SOU MACHISTA.

Já início (na defensiva) dizendo que, não, não sou desses machistas que as mulheres devem ter medo; eu não sou violento. (sob nenhum aspecto)

Sou um machista desses que nasceram em um tempo que o machismo estava realmente impregnado no cotidiano. Minha mãe trabalhou em alguns períodos. Tenho certa lembrança de que meu pai não gostava da ideia (pode ser algo que lembro sem ter realmente acontecido...rs). Mas, tenho essa ideia do meu pai.

Exercito, diariamente, a minha desconstrução deste pensamento. E pode acreditar, já evoluí muito. Me vejo menos machista que muitas mulheres; e, claro, sou visto por muita gente ainda como machista. Será que poderíamos classificar o machismo também dentro de um espectro? Tipo: qual o seu grau de machismo? Sei lá, pensando aqui...rs

Sou contra a violência, obviamente.
Sou contra o machismo, tanto que luto contra meu próprio pensamento machista.
Mas sou também contra a generalização. Existe violência, existe machismo, existe machismo com violência e existe machismo sem violência.

Na internet há um fenômeno perigoso no qual se produz verdades muitas vezes inconsequentes. Produz-se culpados. Parece que existe uma necessidade de encontrar culpados e, sobretudo, estar certo de quem o é.
Não vou entrar aqui no mérito teórico e ou filosófico da produção de verdades em uma cultura; estou apenas dando uma desabafada...rs

Outro dia um professor da UFES foi exonerado depois de anos de docência por ter trazido, na aula de ética, um debate sobre um assunto polêmico – cotas raciais. Um movimento viral na internet o condenou – esquecendo todas as outras contribuições que sua vida de docência havia produzido. Não sobrou outra opção, a universidade o exonerou.
Uma gaúcha teve sua casa queimada por ser considerada racista, mesmo tendo como namorado um rapaz negro.

Quando falo de machismo, ou qualquer outra forma de discriminação (sim, o machismo é uma forma de discriminação - óbvio), estou muito mais preocupado com a violência (física/psicológica/social) do que com qualquer outro aspecto. As coisas devem ser ponderadas.

Quero dizer que faço parte desses que dizem que o mundo tá chato. O mundo tá chato porque existem pessoas chatas.
Não é por conta do feminismo, é por conta de feministas chatos, não é por conta do movimento LGBTs, é por conta de militantes chatos. Não é por conta da igreja, é por conta dos crentes chatos.

Apenas pra esclarecer, chato não é o que pensa diferente de mim; chato é o que pensa nos extremos e que se considera o único detentor da verdade. (vulgo mala)

Os movimentos são genuínos; importantes. O problema sempre estará nas pessoas. As pessoas têm certezas demais. Existe muita gente chata. Assim como eu pra muita gente.


D.F 11/04/17

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